Filhos
Os abracei como se fossem meus
Os compreendi como se faz consigo mesmo
Em todos os lugares os reconheci como sendo meu maior tesouro
Por eles fiz manhãs nascerem lindas
E calei mil tempestades
Cortejei a coragem e a humildade para que também assim fizessem
Fiz a realidade tão gostosa quanto a ficção
Então eles cresceram
Já alcançaram uma altura maior que a minha
E meus braços parecem ter espinhos
Pois nunca se demoram nos abraços
Talvez tenha acontecido mesmo isso
Talvez tenha perdido as minhas pétalas e deixado apenas espinhos crescerem
Pois os percebo singelos em outros abraços
O meu jeito de ver a vida já se subordina ao deles
As manhã agora são de solidões
Calmas solidões e tempestuosos entardeseres
Onde foi parar a minha coragem?
Esvaiu-se como um rio que morre longínquo e desnorteado
Todos precisamos de compreensão
A a vista um ciclo vicioso
Tão real, que somos até capazes de tocá-lo