Filhos

Os abracei como se fossem meus

Os compreendi como se faz consigo mesmo

Em todos os lugares os reconheci como sendo meu maior tesouro

Por eles fiz manhãs nascerem lindas

E calei mil tempestades

Cortejei a coragem e a humildade para que também assim fizessem

Fiz a realidade tão gostosa quanto a ficção

Então eles cresceram

Já alcançaram uma altura maior que a minha

E meus braços parecem ter espinhos

Pois nunca se demoram nos abraços

Talvez tenha acontecido mesmo isso

Talvez tenha perdido as minhas pétalas e deixado apenas espinhos crescerem

Pois os percebo singelos em outros abraços

O meu jeito de ver a vida já se subordina ao deles

As manhã agora são de solidões

Calmas solidões e tempestuosos entardeseres

Onde foi parar a minha coragem?

Esvaiu-se como um rio que morre longínquo e desnorteado

Todos precisamos de compreensão

A a vista um ciclo vicioso

Tão real, que somos até capazes de tocá-lo

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 03/12/2010
Código do texto: T2650888
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