EM TOM DE SILÊNCIO

Amamo-nos com pressa.

Na pressa, inventamos novas formas,

Novos caminhos.

E na pressa, procuramos atalhos;

Exploramos terrenos desconhecidos;

Desbravamos mata virgem.

Buscando o verde em todos os tons,

E todo o azul no céu infinito.

Na pressa esquecemos

A sabedoria do amor, em tom de silêncio,

Guardando palavras.

Que não foram ditas, apenas sussurradas,

Junto à passarada no amanhecer.

Assistindo o brilho do sol,

Tal qual pescador que leva o anzol.

Mas usa o farol, do entardecer.

Na pressa, o sonho não viu.

Que deixou pequenas lembranças,

Talvez no amor.

Da pressa que a gente viveu;

Na pressa que a gente sentiu.

Como se a pressa de um simples olhar,

Fizesse dois corpos sem asas voar...

Assim como o amor, teve pressa e, partiu.

Cler Ruwer
Enviado por Cler Ruwer em 21/11/2010
Reeditado em 21/11/2010
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