EM TOM DE SILÊNCIO
Amamo-nos com pressa.
Na pressa, inventamos novas formas,
Novos caminhos.
E na pressa, procuramos atalhos;
Exploramos terrenos desconhecidos;
Desbravamos mata virgem.
Buscando o verde em todos os tons,
E todo o azul no céu infinito.
Na pressa esquecemos
A sabedoria do amor, em tom de silêncio,
Guardando palavras.
Que não foram ditas, apenas sussurradas,
Junto à passarada no amanhecer.
Assistindo o brilho do sol,
Tal qual pescador que leva o anzol.
Mas usa o farol, do entardecer.
Na pressa, o sonho não viu.
Que deixou pequenas lembranças,
Talvez no amor.
Da pressa que a gente viveu;
Na pressa que a gente sentiu.
Como se a pressa de um simples olhar,
Fizesse dois corpos sem asas voar...
Assim como o amor, teve pressa e, partiu.