O DESTINO DE NOEL.

 

O destino corria solto nas ladeiras da minha rua

Enquanto eu não sabia que eram meus ontens que elas levavam.

No final de cada ladeira

Eu não sabia o que tinha depois
Exceto sonhos ultrapassando os horizontes.

Deitava cedinho pro natal chegar depressa

Pois sabia que o ano acabava quando o natal começava.

Fingia-me alegre sem saber ser fingimento

Pois se papai Noel não existe

Naquela época eu lhe dava vida

E ele em mim vivia.

Um dia fui ao fim da ladeira

E vi que depois dela tudo eram mais ladeiras.

Então pensei que por ali se chegava ao fim do mundo

Quando vi que o fim dele também era ali...

Descobri-me sendo começo e fim...

Mesmo sem eira nem beira

Subo na vida como se sobem num ônibus rumo aos céus...

Crescido,  sou da vida meu próprio deus

E dos meus natais, meu próprio papai Noel.