O medo que trago na lembrança

De todas as lembranças amargas que trago da vida

A pior de todas elas é de quando eu tive medo.

Eu tive medo de dizer o que queria e esse querer vive ainda

Sem poder, no entanto, acontecer

Como um feto que jamais irá nascer

Tive medo de fazer o que deveria

E por isso sou um eterno devedor a mim mesmo

Chorando e cobrando todos os dias a mesma dívida

Tive medo de alguém que me amava,

Mas abracei-me com quem me tinha ódio

Por medo também tentei medir meu amor

A palavra silenciou por medo

O medo do berro, o medo do erro

Eis que agora é o erro quem berra na consciência

Hoje choro o pranto dos ridículos

Pois certo estou de que sou o maior deles

Simplesmente por ter tido medo de ser ridículo.

Kaê Brito
Enviado por Kaê Brito em 28/10/2010
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