LEMBRANÇAS...
Minha lembrança atravessa a rua
e vai passear na calçada
catando gente,
criando asas.
Jogo, brinco, canto alto,
ninguém sabe de mim
senão o que passa ali,
desassombrado, sem medo.
Dentro de casa há saudade,
de fora eu presumo tudo,
a lágrima que corre pela face
fala ao mundo,
o que o mundo não tem ciência.
Deixo a rua embrenhar-se em mim,
atravessando-a em disparada.
É tarde...
agrilhoa-me a madrugada
e acordo triste...
Vitoria Moura 26/10/2010