COMPANHEIRA MUDA

Madrugada fria,

caía a lua de tristeza,

rua vazia

e dá aquela moleza na alma,

quando vem a melancolia

para ditar as regras

do seu dia.

Madrugada fria,

não tem ninguém,

aquela inquestionável calmaria

toma conta das luzes

se revela ao bom-dia,

e nada de novo acontece

às estrelas que o Céu varria.

Madrugada fria,

não tinha cão pela avenida, não havia.

Não tinha carro nas fábricas

nem motos na rodovia.

Somente o gari

que a sujeira varria.

Madrugada fria,

não tem ninguém,

a temperatura não varia,

não tinha emoção:

nem dor nem alegria.

E na madrugada fria

minha cama vazia

no coração a saudade

que batia de estar com você.

A madrugada fria

passava,

silenciava,

e começava um novo dia.

INVITÁCION. Edinaldo Formiga. São Paulo: 21/10/10.

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 24/10/2010
Código do texto: T2575647
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