O “Samba em Prelúdio” fez-me abrir
a mala onde guardo a vida.
Dali, tirei as boates a meia-luz,
os gins e tônicas que se azulavam
naquela quase luz.
Foram noites que ficaram em tempos que nem sei.
Em anos que não consigo achar onde guardei.
Mas observando-me agora,
vejo-me outrora.
Menino, vamos! Já são horas.
É tempo de envelhecer.
Aproveito o recordar,
e mesmo sem Descartes,
eu sei que vivi. Dúvida não há.
Foram tantos sonhos, em dourado e vermelho,
e agora, a nostalgia em cada espelho.
Sigo o fio da Parca, mas não acho o novelo
e ressinto a noite e um novo apelo.
E então eis que vislumbro, ao toque da porta,
o concreto Futuro. Quem abriu essa comporta?
Mas logo é o Futuro que vira Passado.
e percebo que só eu é que mudei de lado.
Bico fechado, velho! O que passou, passou.
Teimoso, digo que não.
O que passou é o que hoje eu sou.
Revejo as noites, os drinques azuis
e as boates a meia-luz,
De novo, escuto "O Samba em Prelúdio"
e sinto, moça do Rio, que eu já te buscava
nos azuis em que te sonhava.
Para Lilian
a mala onde guardo a vida.
Dali, tirei as boates a meia-luz,
os gins e tônicas que se azulavam
naquela quase luz.
Foram noites que ficaram em tempos que nem sei.
Em anos que não consigo achar onde guardei.
Mas observando-me agora,
vejo-me outrora.
Menino, vamos! Já são horas.
É tempo de envelhecer.
Aproveito o recordar,
e mesmo sem Descartes,
eu sei que vivi. Dúvida não há.
Foram tantos sonhos, em dourado e vermelho,
e agora, a nostalgia em cada espelho.
Sigo o fio da Parca, mas não acho o novelo
e ressinto a noite e um novo apelo.
E então eis que vislumbro, ao toque da porta,
o concreto Futuro. Quem abriu essa comporta?
Mas logo é o Futuro que vira Passado.
e percebo que só eu é que mudei de lado.
Bico fechado, velho! O que passou, passou.
Teimoso, digo que não.
O que passou é o que hoje eu sou.
Revejo as noites, os drinques azuis
e as boates a meia-luz,
De novo, escuto "O Samba em Prelúdio"
e sinto, moça do Rio, que eu já te buscava
nos azuis em que te sonhava.
Para Lilian