OUTRAS ERAS

Se me pego em outras,

naquela que não me via sem ti,

fico a pensar...

que parecíamos as heras,

quando se envolvia na parede vazia.

Me pego pensando no vinho,

que nos levava juntinho,

por aquele caminho de escombros,

testemunho que eram iguais nossos ombros.

Me pego a pensar nas alegrias,

de quando tu me escondias,

atrás daquela porta perigosa,

para não ser mais uma oferta invejosa.

Me pego a pensar nas chaves,

que me destes várias vezes,

para livrar-me das entraves,

de infinitas vozes que me prendiam.

Se penso noutras eras...

penso em tantas esferas

que não me cabem no papel,

nem com imensidão de pincel,

consigo descrevê-las.

Penso que fui criança,

que não passou a esperança,

continuo minha vida em dança,

com inteira confiança.

Penso na minha adolescência,

no avanço da ciência,

que adquiri outra consciência,

fruto de boa convivência.

Se paro a pensar em outras eras...

Não vivo o melhor,

não tenho você nelas,

quero meu agora com mais sabor,

porque minha vida tem a maior cor:

VOCÊ, MEU AMOR!

OBSERVAÇÕES. Edinaldo Formiga. São Paulo: 23/09/10.

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 02/10/2010
Reeditado em 03/10/2010
Código do texto: T2532992
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