FIM DO DIA

O fim do dia parece o começo,

de uma nova jornada a ser seguida,

de um passeio pela avenida

e ver tudo pelo avesso.

O fim do dia é lembrar do amanhecer,

porque de novo nos faz nascer,

um outro sentimento,

um novo momento... o entardecer.

E o nascimento de uma flor nos indica

que no coração do homem civilizado

está uma raiz, talvez algum amor que fica,

ou que um dia foi declarado à Alguém, uma dica...

E esse homem quando vê a aurora,

lembra da reluzente Senhora (...).

E vê na rua, sem ela passar, em prantos,

uma senhora, de tanto amar, Aurora.

A sol terno, quase caindo,

ele vê essa pessoa jamais vista,

tão querida capa de revista,

mulher muito bem quista. Passa sorrindo...

Sem hora p'ra qualquer Senhora.

Nem Aurora se quer.

E a pensar que longe de sua terra está,

volta em si.

Ouve a voz:"Não vá para Bagdá"!

E a meia volta sente falta do amor materno,

e sem ela, se contenta com o olhar do Eterno.

E o sol vai se escondendo,

como a Aurora não se apresenta,

ele permanece no passeio vivendo,

e o sol chora e se assenta.

E o fim de tarde branda,

põe sua vestimenta,

sem marcas de linha dourada,

e sua couraça branca.

E foi decepção pensar naquele vulto,

a figura foi tumulto,

que lhe causou intenso luto.

E ao brilho da nova vinda,

a senhora não apareceu,

a tarde escureceu,

e a vida da Flor se finda.

INSPIRAÇÕES. Edinaldo Formiga. São Paulo: 25/09/10

Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 29/09/2010
Código do texto: T2527525
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.