Do alto da minha idade
Do alto de toda a minha idade
eu enxergo de longe a mocidade
e lembro tudo aquilo que vivi.
Não nego que até sinto saudade
ao rever meus colégios, meus amigos,
a cidade pequena onde cresci
vivendo toda a infância e a mocidade
nos bons tempos antigos.
Revi também os primeiros amores,
responsáveis não apenas pelas dores
mas também por aquelas poesias
de quem, com a alma de sonhos repleta,
pensava um dia ser chamado de poeta.
Do alto de toda a minha idade
tudo lembro daquilo que passou,
mas olhando para a frente, o nevoeiro
cobre todo o horizonte, por inteiro,
e não deixa vislumbrar para onde vou.