ONDE ESTOU?
Alguém passa na rua do Asilo,
e pergunta o que foi aquilo,
porquê o homem ilhado,
e na rua tão exilado.
No dia que seu tempo todo escurece,
o penoso de qualquer modo aquece,
e o voar do tempo, grande zunido,
logo surge e fica aborrecido.
Pelas perdas que põe à pele,
por todas as portas tortas,
perdem os pedaços cotós,
dos pelos pontiagudos e sem nós.
Quanta coisa inquieta,
quer o que é querido,
quando a casa quebrada,
cuida quem a comprou.
Um homem vivido,
que jamais se revelou,
na sua vida atrasada,
mas ainda caminhante por uma vida direta.
Homem forte só,
de grande porte, só.
Sem saber no escuro,
que no seu futuro, logo, voltará ao pó.
INVITÁCION. Edinaldo Formiga. São Paulo: 05/12/09.