Recordações

Recordo-me com tristeza e lágrimas nos olhos de toda dor sofrida.

Recordo-me com angústia, de todo esse sofrimento filho da puta.

Recordo-me do chão, do lodo, do engodo e da tapeação.

Recordo-me de todas violências sofridas.

E de todas as injustiças experimentadas.

Recordo-me dessa raiva engessada na alma.

Dessa dor enraízada na alma.

São tantos os espinhos.

Tanto sangue jorrado.

Muitos litros de lágrimas.

Tudo em nome do que sempre senti e sinto.

Tudo em nome do que sempre fui e desejo continuar sendo.

Recordo-me de minha luta solitária contra o vento e contra a maré.

Maré que nunca conheci, mas sempre vivenciei.

Minha estrada é a dor.

Meu mundo é feito de lágrimas.

Minha força está sempre em cair e levantar sempre.

Eu sou o que sou e sempre fui.

E de tudo que mais me recordo, me recordo daquela puta dor, que mesmo me rasgando por dentro, me fez ser o que sou e ter a força de me levantar.

E eu me levanto perante as injustiças impostas a minha pessoa.

Me levanto contra o preconceito e a discriminação.

Me levanto contra o conformismo, a inércia e a omissão.

Sim, eu me recordo de minhas fraquezas.

Pois, elas também me fortalecem e me enobrecem.

Pois, que é assumindo as fragilidades que construimos nossa força para lutar contra elas.

E no final somos feitos disso: força e fraqueza.

Somos lutas, dor, momentos.

Momentos que ficam no presente, no passado e no futuro.

Momentos que perduram e persistem nas mais variadas recordações.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 27/08/2010
Código do texto: T2462373
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.