sol a pino

sol a pino..

cidade lotada..

e a luz..

luz ofuscante que acaba a visão de um míope mas acaba por ser sua salvação quando tal ser cai dentro das próprias sombras perdendo-se em parte encontrando-se completo em outras e assim se faz a vida iluminada..

deixa chover molhado..

deixa molhar o mole..

purifica o puro..

puritanos putos..

e a seca chega

solo árido de cimento

seco de tanto pixe

duro de tão sólido

saldade do cheiro de terra molhada quando havia tanto barro nas ruas e saldade da ladeira da casa de vó feita de pararelepipedo e cimento poty que não é o convencional já que avós desde os tempos remotos se escondem no campo onde a terra molhada é o cheiro da infância mas pra mim o cimento e a pedra molhada retratam a minha infância e me lembra dos finais de semana que eu brincava na área de barro coberta por telhas de alumínio que além de fazer zuada na chuva não deixavam o barro se molhar tal área hoje é apenas a garagem de um fusca velho

e o barro

as placas de mármore tomaram

e a chuva

ainda cai em algum lugar sem sol.

sem este sol a pino.

Luan Silva
Enviado por Luan Silva em 22/08/2010
Reeditado em 10/02/2011
Código do texto: T2452637
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