sol a pino
sol a pino..
cidade lotada..
e a luz..
luz ofuscante que acaba a visão de um míope mas acaba por ser sua salvação quando tal ser cai dentro das próprias sombras perdendo-se em parte encontrando-se completo em outras e assim se faz a vida iluminada..
deixa chover molhado..
deixa molhar o mole..
purifica o puro..
puritanos putos..
e a seca chega
solo árido de cimento
seco de tanto pixe
duro de tão sólido
saldade do cheiro de terra molhada quando havia tanto barro nas ruas e saldade da ladeira da casa de vó feita de pararelepipedo e cimento poty que não é o convencional já que avós desde os tempos remotos se escondem no campo onde a terra molhada é o cheiro da infância mas pra mim o cimento e a pedra molhada retratam a minha infância e me lembra dos finais de semana que eu brincava na área de barro coberta por telhas de alumínio que além de fazer zuada na chuva não deixavam o barro se molhar tal área hoje é apenas a garagem de um fusca velho
e o barro
as placas de mármore tomaram
e a chuva
ainda cai em algum lugar sem sol.
sem este sol a pino.