A TARDE QUE SORRIA

Havia a promissão do oceano

A ninar-me, onda ante onda...

Havia pensamentos a flanarem

Por sobre o meninil rosto frescal,

Breves clarões, balões-coral inflados...

Havia o sol a desenlaçar a tarde que sorria

Loiríssima, de dentes simétricos, alvos...

Paraíso tropical da terra do nunca!

Não havia cronologia. Virtualmente refreara...

E o que não é sentido, não trabalha, brinca...

Antítese da asperíssima desesperança

Cimentada na realidade deste atual meio de tarde...

Ai, ai... Dolorosa a constatação de como

Aquela longínqua tarde ainda me doura a derme

E faz lembrar-me, lá do outrora, da puridade que me habitava.