Mal de Alzaimer

Como um vento oriundo do norte

Minha vida se viu às voltas

Com o passar do tempo

No ensurdecedor silêncio

Que entranha, arranha

Inquieta-se em sua amplitude

Não faz muito tempo

e sua voz se fazia presente

Vezes em rebeldia, outras em harmonia

Agora o vazio das palavras que não

Ecoam porque a lógica desordem

Sugou-te, encarcerou-te em teu corpo

Ecoam na dimensão do pensamento

Que desconectado do emaranhado neurológico

perdeu a viçosidade, o andar firme

Uma ombridade de poucos.

Mas agora tudo ficou no tempo

Que rompe, corrompe

E nos faz prosseguir

muito além dos nossos horizontes!