Quem diz que sou prisioneira?!

era alvorada
já no oriente
surgia o fulgor
de breve alvorada

... e meu corpo prisioneiro!

horizonte vermelho
aragens brandas
balouçando os ramos
naquelas varandas

... e meu corpo prisioneiro!

vontade de sair
de correr pelas negras ruas
de fugir dos monstros de aço
de chorar, cantar, rir...

... e meu corpo prisioneiro!

mas minha alma gritou:
ó liberdade risonha,
sonho de manhã de verão
surgindo tão bela e calma!

então
libertou-se e fugiu

fugiu e correu pelos campos
pelas rosas frescas de orvalhos
com as aves cantou seus cantos

o sol deu-lhe asas de luz
as nuvens colchas de abrigo
adormeceu no regaço da lua
embalada pelo mar de estrelas

... quem diz que sou prisioneira?!