...Perdoável...

Egoísmo, teu beijo doce e egoísta...

Entre mordidas e afagos,

Um olhar triste, vago,

Como as pétalas desfalecendo

Ao entardecer, como a mais melancólica saudade...

Saudade!

A muito habita n’alma às menores partidas, as mortes, as traições. Num silêncio monótono, infantil, cretino, como um desejo burguês que individualmente arranca sem dó os olhos dos retirantes.

Teu umbigo, o único alvo, doce e amargo, feito açúcar e feito fel, teus cabelos, como a chuva, torrencial e negra.

Teus olhos feitos dois mundos,

Onde eu habito e tu também habitas, teus pés são meus passos, tuas mãos, meus toques, Tua face, a de Deus,

Serena, límpida e perdoável.

Ivanildo Teodósio
Enviado por Ivanildo Teodósio em 26/07/2010
Código do texto: T2401007
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.