...Perdoável...
Egoísmo, teu beijo doce e egoísta...
Entre mordidas e afagos,
Um olhar triste, vago,
Como as pétalas desfalecendo
Ao entardecer, como a mais melancólica saudade...
Saudade!
A muito habita n’alma às menores partidas, as mortes, as traições. Num silêncio monótono, infantil, cretino, como um desejo burguês que individualmente arranca sem dó os olhos dos retirantes.
Teu umbigo, o único alvo, doce e amargo, feito açúcar e feito fel, teus cabelos, como a chuva, torrencial e negra.
Teus olhos feitos dois mundos,
Onde eu habito e tu também habitas, teus pés são meus passos, tuas mãos, meus toques, Tua face, a de Deus,
Serena, límpida e perdoável.