Sonho
Há um passo adiante,
Parco, solitário,
Hilariante.
Vive da clemência,
Ao contrário da vida
Não se chama morte,
Nem sorte,
É um dote,
Que nasce com os homens,
Tão somente imunes
Às desditas da infelicidade.
Contamina toda idade,
Que se chama Sonho.
Não tem mãos, não tem pés.
Habita em todo amor
Sem revés,
Ignorando choros sofridos,
Absorvendo a lágrima,
Que lhe foge do sorriso,
De um viver indiviso
Em ato conciso,
E ao deslumbrar o homem,
Em seu cerne divino,
Entrega-lhe a taça do encanto.
Embebeda-se, portanto,
Dentro deste sonho.