REVELAÇÃO...

Tanto lutei, tanto calei.

Para que nada, nem ninguém,

Da minha dor, do meu penar,

Soubesse nem um vintém.

Escondi em meu peito as dores,

De um corpo dilacerado.

Sob o azul do meu olhar

Escondi a feiura do terror,

Na vergonha e na derrota

Convencida estava nesse torpor

De que ninguém saberia,

De que um dia em plena agonia

Meu Deus, minhas forças testou.

Forjando minhas entranhas em aço,

Dando ao coração, forças para seguir,

Enquanto o corpo se via acorrentado

E a mente asas para fugir.

Como nada é para sempre,

O sofrimento seu fim encontrou,

Mas nas lembranças traiçoeiras;

O chicote sua marca deixou.

Lutando para esquecer,

Fiz do meu sorriso largo e faceiro,

Minha arma, meu escudo,

Para seguir a vida adiante.

E pedaços de mim virar inteiro.

Como segredo num cofre guardei,

Parecia-me protegido por lei.

Ledo engano...

Ele chegou, sem cavalo e sem título.

Seu sorriso Minh ‘alma aqueceu,

Em seus olhos um mergulho profundo eu dei.

Voltando a superfície... Minhas dores eu revelei.

Deixando me exposta, com vergonha e receio.

Levando das lembranças, uma rasteira,

Aquelas mesmas traiçoeiras,

Não me deixando esquecer,

Que delas sou eterna prisioneira,

Que posso dormir e com ele sonhar

E que talvez seu beijo jamais vá me acordar...

KOKRANNE
Enviado por KOKRANNE em 13/07/2010
Reeditado em 13/07/2010
Código do texto: T2374689
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