Nostalgia de mim

Tarde calma, vento soprando...

Tudo com ar de que vai chover.

Triste a paisagem, os pássaros parecem não querer cantar

Tudo continua monótono

Tudo insiste em continuar sem graça.

E eu aqui, com saudades de mim.

Saudades do que já vivi;

Saudosa do que não posso viver.

O peito denuncia querer explodir... Se explode, me desfaço!

O rio que há lá dentro chega a inundar a alma

Começou apenas com um córrego que pensei secar com o tempo.

O tempo passou, a vida continuou...

Estou em diálogo comigo...ou quem sabe monólogo talvez...

Me pego meio a indagações... Que perca de tempo...

Não adianta; não tem resposta!

A chuva chegou...

E com ela lembranças de uma vida, recordações!

Dessas que no tempo ou na memória, não sei; continuam vivas.

Quisera ter o discernimento necessário pra entender o porquê de ficarem,

Se ficam por terem de ficar, ou por fazermos questão de não apagá-las

Alguém insistiria em desfazê-las?

Queria poder e saber, exprimir tudo que continua num vazio, num labirinto de incertezas.

JVale
Enviado por JVale em 25/06/2010
Reeditado em 03/03/2020
Código do texto: T2340890
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