A Lição
A dona do banco estava sentada
No banco da parada de ônibus.
Eu estava dentro do ônibus.
O ônibus estava cheio.
Ela era negra.
Ela tinha não mão um porrete.
Um porrete com capa costurada
Com meias velhas.
Tinha nos olhos
O brilho infantil dos olhos dos loucos.
Com seu porrete impedia as outras pessoas
De sentarem-se.
Cuspia também sobre as pontas do banco e
Com mímica apontava com o porrete: este banco é meu!
Ela estava sentada bem ao centro do banco.
Como uma rainha.
Como uma grande latifundiária.
O passageiro do ônibus disse:
“é doida”!