Ah! Vida minha...
Refém de lembranças,
A saudade desses momentos
...daqueles quais momentos?
As pretéritas infâncias...
De que me lembro, nuanças
Doces e tolos sonhos
Risadas deitadas na grama
Gostos e cheiros
Horizonte cheirando jasmim
O vento nos olhos
Manhãs em meu rosto
E asas nos pés
Vôo de tantos passos
Mares em meu quintal
Domador de marés...
 
Ah! Vida minha...
E não disseste nunca
Que todas essas coisas
Essas coisas que vão
Não voltam mais
As noites nas fogueiras
Os balões no céu
Perdem-se entre as estrelas
E ainda havia estrelas
E o que havia nem sei mais
Nessas tais pretéritas infâncias
Que era despedir-se dos quintais
Os quais, quando aprendi a crescer
Quase, quase que esqueci
Como agora que não lembro
De nada que me lembro
Pretéritas lembranças
Vou embrulhando idos momentos
Não me lembro de nada, nada mesmo
Nada que tenha tido, nada mesmo
Com papel de seda...
(que uso agora para embalar esquecimentos)


(Poesia On Line, em 08/06/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 08/06/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2307310
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