Passado
Cansei de cantar nostalgia
Acontece que não me prendo no momento
Meu presente é tão sem cor
E como me divirto ao divagar
Esse passado idealizado e vulgar
Numa roda de amigos
Alguns verdadeiros, outros conhecidos
Gritamos juntos verdades indigentes
Somos sozinhos
Sem deuses
Sem presente
Talvez por isso enquanto o fogo
Acaba com o que me manteve outrora
Mais vivos do que estamos
Louvamos o passado!
Exageramos o que fomos
Para ser mais do que somos
Contamos histórias do passado
Envolta da fogueira
Comparamos com esse presente
Sem sal
Sem um real
Sem odor
Contudo
Sem nada
Contanto nada
O riso surge forte
Lembrei que no futuro
O que exaltaremos de certo é esse mesmo presente
Sem diversão, sem nada
Pura utopia divagada
Louvaremos esse presente!
Só por ter agora
No nome
E apenas no nome
Esse magnífico sabor de passado...