NO FUNDO DO QUINTAL
Lêda Torre
No fundo do meu quintal
Lá na longínqua infância
Funcionava uma fábrica de sonhos
Onde brincar era fundamental!
Ali tudo era possível...
Ser mãe...professora...enfermeira...
Ninguém tinha eira nem beira,
Mas tudo era incrível!
Nós crianças, sem nenhuma maldade,
Não via o tempo passar...
Era tão gostosa a brincadeira,
Ali, era só felicidade!
Meninas e meninos nem pensar!
Meninas do lado de lá,
Meninos do lado de cá
Ninguém podia se misturar!
Os meninos podiam ser
Motoristas, doutores, feirantes...
Era no quintal daqueles infantes
Que o sonho, era gostoso de viver!
Mas chegava o fim do dia,
Era hora de pra casa voltar,
Era hora da desfeita,
E de parar de brincar!
Onde tudo era alegria,
O negócio foi obedecer.
Se não fosse naquele dia
No outro, nada de querer!
Como era bom brincar!
Brincar inocentemente...
Brincadeiras de crianças,
acabou infelizmente!
Mas foi na fábrica de sonhos
Que driblávamos qualquer obstáculo,
Até de circo se brincava
Com palhaço e espetáculo!
Como éramos felizes!
Disso, não se sabia...
No fundo do quintal era bom sonhar!
Quanta alegria e fantasia,
Passou tão rápido, o tempo se foi...a voar!
Quanta saudade daquele quintal!
Estava na hora de voltar!
Era um prazer divinal,
Mas infelizmente, tinha que acabar.
Mas tudo era possível,
naquele quintal...
sonhar, viver e imitar!
era um prazer divinal!
____________ São Luis, 09.12.2009_______________