Domingo Triste De Desencontro...
Era novembro e chovia
Num domingo frio uma manhã cinzenta
Dirigia sozinha e atenta
Num trânsito que não fluía.
Meu coração acelerado
Sofria no trânsito parado.
Queria saltar, sair da estrada.
Bastava descer a colina
Depois uma longa reta e uma esquina
Deixaria meu carro na entrada.
Tocaria a buzina bem alto
Saindo do molhado asfalto
Na beira da estrada listrada.
Meu amor alargaria os braços,
Dar-me-ia um beijo e um apertado abraço
Me chamando de sua musa letrada.
Mas o trânsito era perverso
Interrompendo nosso verso
Que compúnhamos em cada encontro.
Cada estrofe era bem arranjada,
Conforme o acontecimento ou forjada,
Desde que não houvesse desencontro.
Porém quis o destino,
Pra meu maior desatino,
Desamparar-me desse intento.
Cheguei já com a lua
Bati à porta tua
Naquele agitado momento.
À porta fui atendida
Quase perdi a saida
Quando pra meu desalento.
Alguém que eu não conhecia
Calmamente me dizia:
Que angustiado você partiu
com o vento... Nay