Domingo Triste De Desencontro...

Era novembro e chovia

Num domingo frio uma manhã cinzenta

Dirigia sozinha e atenta

Num trânsito que não fluía.

Meu coração acelerado

Sofria no trânsito parado.

Queria saltar, sair da estrada.

Bastava descer a colina

Depois uma longa reta e uma esquina

Deixaria meu carro na entrada.

Tocaria a buzina bem alto

Saindo do molhado asfalto

Na beira da estrada listrada.

Meu amor alargaria os braços,

Dar-me-ia um beijo e um apertado abraço

Me chamando de sua musa letrada.

Mas o trânsito era perverso

Interrompendo nosso verso

Que compúnhamos em cada encontro.

Cada estrofe era bem arranjada,

Conforme o acontecimento ou forjada,

Desde que não houvesse desencontro.

Porém quis o destino,

Pra meu maior desatino,

Desamparar-me desse intento.

Cheguei já com a lua

Bati à porta tua

Naquele agitado momento.

À porta fui atendida

Quase perdi a saida

Quando pra meu desalento.

Alguém que eu não conhecia

Calmamente me dizia:

Que angustiado você partiu

com o vento... Nay

Nay
Enviado por Nay em 03/06/2010
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