Andanças

Entrei no embalo das emoções

Sacudi meus sonhos, adormecidos

Arrumei os sapatos, observei os detalhes

Viagem programada [às vezes improvisada]

Mochila quase sempre arrumada, preparada

Levo essência, novidades,

A saudade guardo em casa.

Na estrada vidas cruzadas,

Toda hora...

Passageiros que não passam, deixam marcas

Na memória ainda as palavras

De longe vejo uma lágrima, um beijo,

Talvez o último abraçar

Vejo mãos sacudidas, lentas, no ar,

Despedidas.

Do carro tudo passa tão rápido...

(Pensou ser assim a vida?)

Na janela encosto meu pensar, estagnado, no tempo

Lá fora passam rios, rumo ao mar

Passam verdes, cercas,

Passam e estão lá

A vida continua...

E a poesia interrompida com o balançar.

Fábio Ferreira

fabiorusso7@hotmail.com