Os lugares, os momentos...
Carregam emoções em seus ventos.
As pessoas em fotos esmaecidas
Num lapso no vão das lembranças.
Mas nunca me esqueço das árvores,
Cada árvore que sobrevive aos sonhos,
Aquele cheiro de terra molhada,
Os banhos de chuva e a dança em poças,
De um vento leve arrastando folhas
Junto com meus passos pelas calçadas.
Azul, um céu infinitamente azul,
Nuvens desenhando ilusões ao léu,
Os pés ligeiros de menino que roçam o chão
E os prementes versos de um poeta ancião
Em seu arrebatado voo em direção ao céu.
Asas do pensamento, doces recordações
Que displicentemente larguei por entre as horas
De uma infinita tarde findada no infinito.

Os momentos, os lugares...
Carregam ventos em suas emoções.
Meus enfeites de infância encaixotados,
As ilusões piratas de mapas do tesouro
E viagens a outros distantes mundos.
Meus brinquedos de criança largados
Junto com meus brinquedos de imaginar,
Alguns tão nítidos e outros esquecidos
Entre uma data ou outra de não sei o que
O tempo, um porão, ou um sótão, um baú,
Repletos de lembranças empoeiradas...

Mas ora vejam só que grande este deleite!
A vida se renova em cada nova história.
Há na caixa do tempo sempre um novo enfeite
Para essa infância que trago sempre na memória...


(Poesia On Line, em 17/05/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 17/05/2010
Reeditado em 07/08/2021
Código do texto: T2263505
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