Tua Partida!
A casa marcada apenas num par
preto de sapatos
Embora trapos por vários cômodos
Suor, teias, cinzas, poeira, instrumentos
vindo de todo canto!
Os santos em seus postos plásticos
elásticos, arames, fiação e pele animal
Habitam no olfato uma angústia marrom,
quase bege
(nos dias de chuva é até amarelado).
Omite notícias, mas traz uma bagagem
de vampiro! Enciclopédias e outros livros antigos
Como um baú abafado de anos
Em pleno caos industrializado; as máquinas
Creriam que ali não uma relíquia
E sim conjunto de inutilidade de arte
Mas voltemos à casa escondida numa
longínqua paisagem outonal
De paredes encardidas e fofas da umidade freqüente
Quando não o verão delirante e triste
Traz naquele par de sapatos, o dono!
Embora partisse...
Mas não restou outra!
O abandono do percurso foi tuas palavras intactas
Porém, abandonada as tuas plantas...