QUIS ARRUMAR AS MINHAS MEMÓRIAS
Ontem, passei o dia a arrumar as minhas memórias.
Aquelas que depois de alguns anos guardo no sótão
Desde a minha mais tenra idade, há muitas histórias
Que dentro de um velho guarda fato já se amarrotam.
E foi pelas mais antigas que comecei, que comoção!
Algumas lágrimas de saudade deslizaram no meu rosto
Vi tantas coisas, os jogos do berlinde e também do pião
Que depois da escola jogava até ao chegar o Sol posto.
Vi... ah, sim... os bailes, vi os meus primeiros amores,
Primeiros sonhos, tanta quimera, e também desilusão
Eram os anos sem responsabilidade, anos de belas cores
Sempre esperando o fim do dia para amar um coração.
Depois, vi tanta coisa que não queria recordar, mas vi.
Dificuldades da vida, lutar para acabar por mal viver
Perdi a coragem e deixei todas as recordações assim
Em desalinho no meu sótão ficarão, é melhor esquecer.