Viola, Minha Viola.
Istendida a cocha de retaios no vará
Um quintá emodurado pur pranta e bicho
Uma porcilga, uma vara, um galo, o lixo
Bassoura de páia pra varrê o quintá
Uma saia rodada, um torço inrolado na cabeça
Uma sandáia de côro arrastano pru aí
Neguinha Juana se inrola na tuaia
Sai pro samba na casa de Naí
E se apreça pra caí na gandaia.
A viola chora na mão de Nié...
O prato relado por Sinhazinha
Marca o samba de roda... samba no pé...
Divagarinho, a muierada sai da cuzinha
E vem se achegá pra roda... e samba
O pandero chora na mão de Juão, o bamba.
“Pisa na meza, ├ samba de viola - cantado
Não me quebra loça
Qui a loça é fina
É de Amaralina...”
“Viola, minha viola
Viola, minha sucena ├ samba de viola - cantado
Quem sabe lê num trabaia
Só vive cum a mão na pena.
Ô viola, ô viola...
Ô viola, ô viola...”
E a festa rola, embola e passa
O tempo se esvai e desgasta
Devassa o corpo, e a alma falsa
Que se desfaz do corpo e se afasta
Aproveita-se do tempo infinito
Pra zombar da vida em um só rito.