O Caldo Verde Da Cidade Verde
Já vi esse filme antes
Há muito li este livro
De Dante. E meu barco
Trôpego saiu a navegar
Por mares distantes
Para dessas personagens
Me distanciar. Por que
Parecem estar sempre
A trilhar os descaminhos
Que a tradição sugere?
Por que faltos de talento
Voam raso, sempre baixo
Com esses discursos
Insipientes? Desejam
Acaso que se desçam, seus
Ouvintes, ao inferno áulico
Mefistofélico, das infestações
Sociais de suas peças teatrais
Escritas há tanto tempo?
Atores bufos que são
Entredentes, e vivem
Supostamente a pessoa
Intransferível, medida do
Impossível homem que
Pensaram, talvez, sem
Segredos, vir a ser nessa
Hora, agora presente, aos
Pedaços vivem sórdida
Mente a todo momento
Vidente as evidências do
Fim. Alguns se querem
Neo-modernistas. Outros,
Artistas docentes, desafinam
O coro contente dos
Descontentes de si. O barco
Trôpego navega as águas
Barrentas e bregas do “Velho
Monge” sem fim. Naviloucos
Pretendem uns poucos se
Inserirem no pau-de-arara
Datado da Tropicália. Letras
& músicas falhas de um provir
Sem porvir. Então não sabem
Ou fazem de conta que não?
Que essa Parságada é uma
Bandeira aziaga hasteada na
Contra-mão? Estranha a lógica
Desse caminhar para trás
Como se o sol fosse nascer
No poente. E a nova geração
De pessoas da sala-de-jantar
E a semente recém plantada
Fossem estar e dessem seus
Frutos, aladas, em direção tumular.