O Caldo Verde Da Cidade Verde

Já vi esse filme antes

Há muito li este livro

De Dante. E meu barco

Trôpego saiu a navegar

Por mares distantes

Para dessas personagens

Me distanciar. Por que

Parecem estar sempre

A trilhar os descaminhos

Que a tradição sugere?

Por que faltos de talento

Voam raso, sempre baixo

Com esses discursos

Insipientes? Desejam

Acaso que se desçam, seus

Ouvintes, ao inferno áulico

Mefistofélico, das infestações

Sociais de suas peças teatrais

Escritas há tanto tempo?

Atores bufos que são

Entredentes, e vivem

Supostamente a pessoa

Intransferível, medida do

Impossível homem que

Pensaram, talvez, sem

Segredos, vir a ser nessa

Hora, agora presente, aos

Pedaços vivem sórdida

Mente a todo momento

Vidente as evidências do

Fim. Alguns se querem

Neo-modernistas. Outros,

Artistas docentes, desafinam

O coro contente dos

Descontentes de si. O barco

Trôpego navega as águas

Barrentas e bregas do “Velho

Monge” sem fim. Naviloucos

Pretendem uns poucos se

Inserirem no pau-de-arara

Datado da Tropicália. Letras

& músicas falhas de um provir

Sem porvir. Então não sabem

Ou fazem de conta que não?

Que essa Parságada é uma

Bandeira aziaga hasteada na

Contra-mão? Estranha a lógica

Desse caminhar para trás

Como se o sol fosse nascer

No poente. E a nova geração

De pessoas da sala-de-jantar

E a semente recém plantada

Fossem estar e dessem seus

Frutos, aladas, em direção tumular.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 20/04/2010
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