Engenho Velho.
Carro por boi puxado... cantar de eixo azeitado,
a ele trazer a cana adocicada.
Separando bagaço do mel açucarado,
peças sincronizadas produzindo espuma esbranquiçada.
Seculares canaviais... espremidos de formas triviais,
alegria dos camponeses, labor confirmado nestes meses.
Festas folclóricas, cabeças coroadas de cristais mesmo sendo comensais,
períodos festivos, sociedades com mesmas vestes, momentos de iguais benesses.
Evolução repentina, ofuscando brilho daquela cor platina,
liquido agora, invisível... passa distanciado em tonéis fechado,
não há mais opção e espaço nem para o bagaço, pobre sina aquece serpentina.
Velho Moedor! aposentamento forçado, preservado em escasso patrimônio tombado.
Desenvolvimento que não traz alento... apenas melancolia.
Porque nos dias de hoje, com toda tecnologia,
O doce não é tão doce como o “Velho Engenho" fazia.
Abraão Leite Sampaio.
Poema editado através de concurso literário no livro abaixo, patrocinado pelo Pronac.
Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC
5ª Antologia Poética do Beco dos Poetas.