Impregnado
Alguém que surgiu na multidão,
chegou sem fazer alarde,
trouxe os sorrisos cruzados,
os olhares de quem descobre algo
e sentem que vale a pena tentar.
Então os corpos ficam nus.
Se entregam, tocando todo o ser.
Pele, pêlos, beijos, suor.
Espalhando por todo o espaço,
o cheiro do prazer indisfarçável.
Os poros já não tem o perfume de outrora,
Carregam agora o olor animal da entrega,
impossível de se fabricar para usar.
Os corpos exaustos, felizes
levam consigo a lembrança,
da noite, das horas, do Outro.
Hoje um possível amor.
Irene Freitas