Redescobrindo

Caminho pela rua à direita

Me abrigando de porta em porta

Era noite e a cidade estava morta

Caía uma chuva fina que corta.

Depois vem o Largo do Casamenteiro

Um trôpego vulto indiferente

Indigente que caminha sem prumo

Passos na noite marcando a minha mente

Chuva que cai, bêbado sem rumo

Bebendo a chuva, e sonhando simplesmente.

Agora o Itajurú antigo

Corro molhado pelo espaço vazio

Procuro em vão um abrigo

Só encontro um cão amigo

Que molhado como eu, também tirinta de frio.

Adiante vejo a Fonte

Derrotada e esquecida de sua estória

Azulejos bordados, quebrados, molhados

Herança cansada do passado de glória.

Finalmente o abrigo

Chego a casa molhado e a chuva estia.

Percorri as mesmas ruas de sempre

Só que dessa vez a chuva me fez ver

Coisas que sempre existiu sem eu saber.

Gecahy
Enviado por Gecahy em 31/03/2010
Código do texto: T2169442
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.