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Regressão cronológica.
Ao topo dos oitenta.
Aproxima-se o encontro esperado,
de quem trilhou esta estrada, longa e sedenta.
Terás o recompensar, se tiveres bons atos a denotar.
Quarenta chegando, demonstrando o crer no tudo saber.
Achando-se capaz de ao mundo com sua visão contornar.
Sem dimensionar que temos ângulo visual, limitando-nos no ver.
Idéia... mente... sabedoria, ainda distanciadas do completar.
Com vinte... tamanha viseira, o faz beirar a cegueira.
Constantemente o deixa com onipotência na mente.
Praticando erros grosseiros, acreditando-se pessoa primeira.
Então, sentir da angústia e desacordo ao distanciar do tempo presente.
Aos dez, o paraíso no dia a dia do então adolescente,
tudo é fácil e ao alcance de todos, terem sem esforço fazer.
Não raciocinam que este suave estar, resultou de esforço crescente,
indiferença, acreditando merecer tudo, objetivando apenas o satisfazer.
Aos cinco... anjo sem asas, perigo a rondar,
carece de acompanhamento em tudo que faz.
Progenitores sempre ao lado, evitando choques no andar.
Sem estes sinalizares, não encontrará o caminho da paz.
No útero... ainda por vir, sem luz e sem o sentir.
Ser diminuto... dependência total,
ainda não tem formação corporal, mas já recebe o afago maternal.
Abraão Leite Sampaio.
Obra editada através de concurso literário no livro:
Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Volume 66.
IV ANTOLOGIA BECO DOS POETAS - patrocinado pelo Pronac.