A janela branca
Só nos traz lembranças doces
Dos dias de olhar a rua
Em plena luz da lua; as crianças
brincando, os carros lentos
passando...
As roupas estendidas no varal
ao lado
Os velhos na calçada conversando
As pipas que coloriam o céu
Os esconderijos dos mais infantis
beijos
Quando alguém vigiava na espreita
E o medo só aumentava o desejo
De ficar ali e fingir não ser
tão moço
Ah! Pequenina janela vaidosa
De vil beleza, ainda que sem cor
Traz os ventos de agosto aqui
As chuvas de julho... e o futuro
Ainda julgo imaginar, como se
O tempo não passasse e tudo
Aquilo que passou, permanecesse no
mesmo porvir.