Vinte Anos Depois...
E foi por isso...
Por esse arremedo de mulher, que ora vejo,
Que os meus dias estiveram como em inferno,
Que penei, cego de amor e de desejo!
E foi por isso...
Por esta sombra que, hoje,
Nem sequer me inspira pena,
Que vi sonhos transformados em pesadelos,
E a vida mudada em pavorosa cena...
E foi por isso...
Por essa presença, que hoje nem me estremece,
Que rangi dentes, sufocando a humilhação
Medonha, do ultraje que escarnece...
E foi por isso...
Por esta flébil e decadente criatura,
Que um vendaval de vergonha e de espanto,
Abismou-me, em ventos de amargura!...
E foi por isso...
Por esta face sombria e já sem graça,
Que respeito, honra e mais que tivesse,
Rolaram em pública e aviltante praça!....
E foi por isso...
Por essa fraude de amor, quase fatal engano,
Que sorvi, sôfrego, taças de loucura inebriantes,
Num esforço de esquecer tão desumano....
Mas agora, daquele arrastamento cruel, insubmisso,
Revejo-a à minha frente, e, pasmo, não me contenho:
- “Meu Deus, como pude sofrer por isso?!...”
(Antonio Maria S.Cabral/São Luís – MA, 17/11/1999)
E foi por isso...
Por esse arremedo de mulher, que ora vejo,
Que os meus dias estiveram como em inferno,
Que penei, cego de amor e de desejo!
E foi por isso...
Por esta sombra que, hoje,
Nem sequer me inspira pena,
Que vi sonhos transformados em pesadelos,
E a vida mudada em pavorosa cena...
E foi por isso...
Por essa presença, que hoje nem me estremece,
Que rangi dentes, sufocando a humilhação
Medonha, do ultraje que escarnece...
E foi por isso...
Por esta flébil e decadente criatura,
Que um vendaval de vergonha e de espanto,
Abismou-me, em ventos de amargura!...
E foi por isso...
Por esta face sombria e já sem graça,
Que respeito, honra e mais que tivesse,
Rolaram em pública e aviltante praça!....
E foi por isso...
Por essa fraude de amor, quase fatal engano,
Que sorvi, sôfrego, taças de loucura inebriantes,
Num esforço de esquecer tão desumano....
Mas agora, daquele arrastamento cruel, insubmisso,
Revejo-a à minha frente, e, pasmo, não me contenho:
- “Meu Deus, como pude sofrer por isso?!...”
(Antonio Maria S.Cabral/São Luís – MA, 17/11/1999)