** Bateu o portão!**
 
 
Bate ou imagina...
Que alguém bateu o portão
Fecha os olhos um instante
E continua imaginando...
À distância... entre este portão
E o pensamento!
Um mora na rua da ilusão
O outro viajou com o tempo
E foi bater lá na tapera
Pra descobrir que o pensamento
Prega peças onde aprouvera!
Matutando noite e dia,
Vê as varas da cancela
Varal de roupas... Branco anil.
Ia florescência da macela
À enfeitar o mês de Abril.
                **
Num terreiro bem varrido
Com vassoura de macega
Enfrenta um olhar comprido
No relincho do Tostado!
Sabedor que é dia de pega...
Ao ver a encilha que vem vindo!
                 **
E já no poço a manivela
Jorra água bem fresquinha
Refrescando a ilusão
Que ali não foi sozinha!
Foi com a insistência da tramela
De fecharem bem o portão
E deixarem só o rangido da cancela
Cortando o pensamento...
A galopar na pressa do tempo
Pra bater no coração
Como um sino de Capela!
                    ***
 
15/02/2010
     Iza

IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 15/02/2010
Reeditado em 15/02/2010
Código do texto: T2088769
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