O meu tempo é o agora
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Passado se deve deixar esquecido no passado...
Se isso for realmente uma verdade plena,
então por que recordar, por que recorda?
Se você ainda lembra do meu toque
e ele de algum modo atormenta, faz tremer;
falar que se está bem, mesmo sorrindo,
parece-me unicamente o cinismo do medo!
O tempo que nos prende ao ontem
é o mesmo que nos abraça no agora dual;
o mesmo que nos projeta ao acaso casual...
Não houve um encontro fortuito, sem razão.
Quando nossos corpos se penetraram.
Quando nosso suor parecia nos derreter...
Os gemidos que soltávamos, no passado,
perdiam-se no tempo, acumulando recordações.
Se agora, mesmo sorrindo, você hesita;
não é por mim nem por você que corro atrás.
É que o tempo, o de ontem, o de hoje...
Ele nos faz escravo de tudo o que nos apraz.
Você está bem, e daí? Está melhor agora, diz!
Se o passo merecesse ficar no passado.
A felicidade que você agora sente já se esvaiu.
E o sorriso, de aparente pedantismo arrogante,
confunde-se com os gemidos de outrora:
os que me foram dados com promessas de amor!
Nijair Araújo Pinto
Fortaleza-ce, 8 de fevereiro de 2010.
08h45min