Das Memórias

DAS MEMÓRIAS

A consistência das imagens

Que figuram na memória

É o próprio ato de ruminar

|Pobres cenas de uma vida

em que não se vive,

vegeta-se|

Todas as histórias vividas, contadas, guardadas,

Partes deste infinito memorial de dor

|Constituem o eu-imaterial, que

sempre teima em insurgir|

São partes intimamente guardadas,

Acorrentadas ao fracasso

Na triste caminhada labirintal

De onde não se encontra saída

Nem mesmo um entorpecente

Para o delírio

Longe da embriaguez dos sonhos

As passagens que na mente reconstituem-se

São constatações, não possibilidades

|Não aceitam somar-lhes planos,

nem a fantasia ilusória da loucura|

Ao tentar entendê-las

Por simples capricho da racionalidade

Percebe-se que não são compreensíveis

São confusas

E dessa mistura de antagonismos e diferenças

Extraem-se infinitas interpretações

|Infinitas esperanças|

Ronaldo Maia
Enviado por Ronaldo Maia em 03/02/2010
Código do texto: T2067813
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