Café de Fazenda

Café de Fazenda

Tum! Tum! Tum!...

Compassadamente o pilão seguia o ritmo ditado pelas mãos fortes de minha mãe, na morna tarde de verão.

Tum! Tum! Tum!...

Acumpliciados, a tarde e o Verão proporcionavam clima propício para o preparo do café a céu aberto.

Tum! Tum! Tum!...

Madeira contra madeira esmagando sementes torradas, doces sementes açucaradas, a atrair meu olhar prá mais perto.

Tum! Tum! Tum!...

O pó de café recolhido, o cheiro impregnado no ar. O pilão é de novo, com o devido cuidado, guardado debaixo do caramanchão.

Tem café donzelo!!!

Todos atendem ao chamado: Impossível recusar as primícias de um café tão bem preparado – forte – como deve ser todo café que se preze.

Tum! Tum! Tum!...

Não é mais o som do pilão, abafado pela voz de minha mãe. É o som do meu coração revivendo momentos; momentos estes que se fizeram tão breves.

Quando os doces fantasmas do Tempo me visitam, peço notícias a eles de meus entes mais queridos, e eles me respondem - trazendo de volta as vivências que tivemos juntos, fazendo meu coração bater mais forte.

Cidade dos Sonhos, manhã de Segunda-Feira (a segunda) de Janeiro de 2010

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 11/01/2010
Reeditado em 13/05/2018
Código do texto: T2023248
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