Como Contas De Rosário...
Pós chuva,
lá grudadas ao cabos elétricos,
gotas d’água pendiam; ....
Espaçadas,
Eram duas(..), três(...),
cinco a cinco(.....),
Como cristais cintilantes.!
Brilhantes...
Diáfanas, sob a luz de um poste reluziam...
Admirando-as...
Eu vagueava ...
E elas faziam-me lembrar
lágrimas brilhantes...
Também pareciam-me como
as contas de um rosário
Que à noite meu pai desfiava,
quando ao seu redor,
seus filhos se reuniam.
Às vezes uma zanga...
Reze menina!...
Não durma!...
De pé!...
Meu Deus que saudades dele...
De dia, a casa, purgatório!
À noite santuário!...
E assim os ponteiros
da infância lentamente se moviam...
Reze menina!...
Reze com Fé!...
Eis que o tempo retorna,
transforma ou desfaz?
Sei não!
Mas depende de como se olha.
Vejo agora ...
São quatro(....), três gotas(...),
E agora é uma (.) e não mais,
Pendente, a gota reluz no cabo lá fora,
Tremula açoitada pelo vento voraz.
Olho outra vez, e não a vejo mais
Até parece que não
houveram jamais ....
Saudades triste companheira...
E do terço?
E da reza?
Isso, ninguém até hoje,
sabe ainda...
O porquê de rezar tanto?
Se prá noite um acalanto,
ou pró dia...
O mistério que finda...