A floresta encantada
Encontrei as bruxas no meio da floresta...
Fazendo mandingas em seus tachos de ferro;
Usavam ervas aromáticas p’ra festa...
Num ritual modesto — na beira do aterro.
Aproximei-me lentamente por entre as folhas
Das árvores, que cobriam minha fronte da luz...,
Para que não me vissem ali — olhando as bolhas
Nos caldeirões, que exalava um cheiro de mastruz!
U’a sombra na cascata — de repente surgiu!...
Veio ao meu encontro, e pegou-me ajoelhado...
Pousara bem diante de mim, e me encobriu
Co’seu manto e fechou meus olhos co’um cajado!
Era um feiticeiro rusgando na solidão,
Que o abatia nos dédalos das pregações...
— ‘Stava em sudário no meio da escuridão,
E o pensamento inerte — tombava nos grilhões.
No ar bem úmido da floresta encantada...
Só se ouvia o grunhir do abutre e da coruja!...
Não havia uma só trilha, nem u’a estrada
Para qu’eu pudesse — fugir da garatuja!
Lá do outro lado da montanha escarpada,
Os raios da lua clareavam todo o céu.
Quando percebi aquelas hidras na mata...
Era um deus co’seu bastão — vetusto caduceu!
Nesse instante surgiu uma enorme tempestade...
Toda a floresta ficou azulada — co’o tufão!...
Com raios tão formosos, iluminando o abade,
Co’ imensas quimeras, que traziam um garrafão!...
... E fiquei curioso p’ra saber o que havia
Dentro do garrafão... E quando olhei — acordei!
Pacco