A floresta encantada

Encontrei as bruxas no meio da floresta...

Fazendo mandingas em seus tachos de ferro;

Usavam ervas aromáticas p’ra festa...

Num ritual modesto — na beira do aterro.

Aproximei-me lentamente por entre as folhas

Das árvores, que cobriam minha fronte da luz...,

Para que não me vissem ali — olhando as bolhas

Nos caldeirões, que exalava um cheiro de mastruz!

U’a sombra na cascata — de repente surgiu!...

Veio ao meu encontro, e pegou-me ajoelhado...

Pousara bem diante de mim, e me encobriu

Co’seu manto e fechou meus olhos co’um cajado!

Era um feiticeiro rusgando na solidão,

Que o abatia nos dédalos das pregações...

— ‘Stava em sudário no meio da escuridão,

E o pensamento inerte — tombava nos grilhões.

No ar bem úmido da floresta encantada...

Só se ouvia o grunhir do abutre e da coruja!...

Não havia uma só trilha, nem u’a estrada

Para qu’eu pudesse — fugir da garatuja!

Lá do outro lado da montanha escarpada,

Os raios da lua clareavam todo o céu.

Quando percebi aquelas hidras na mata...

Era um deus co’seu bastão — vetusto caduceu!

Nesse instante surgiu uma enorme tempestade...

Toda a floresta ficou azulada — co’o tufão!...

Com raios tão formosos, iluminando o abade,

Co’ imensas quimeras, que traziam um garrafão!...

... E fiquei curioso p’ra saber o que havia

Dentro do garrafão... E quando olhei — acordei!

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 17/12/2009
Reeditado em 01/11/2012
Código do texto: T1983305
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