Voltando ao passado...

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Quando o tempo, resolveu mexer no meu passado

eu pedi que ele não me machucasse,

revelei que já havia adquirido rugas,

vincos na face e um pouco mais pele flácida,

já não tinha tanta destreza em certas situações

ele teria que pegar leve com os meus sentimentos,

fiquei vulnerável, conversamos sobre dores, sobre perdas

esclarecemos, que a fidelidade é importante num mundo a dois

deve ser sólido, ter respeito, já que sempre temi mágoas,

porque não sei perdoar, quem me magoa.

Todas as cartas foram colocadas à mesa

o jogo que iria começar, não poderia ter trapaças.

Estabelecemos que nos respeitaríamos,

levaríamos em consideração todos os detalhes,marcantes,

não poderiam me influenciar e nem me ferir;

As regras foram claras e assinamos um acordo,

que os fatos não poderiam dominar o coração,

sou muito frágil para novas investidas...

O passado pode parecer águas estagnadas,

mas se nos atirarmos nelas poderemos nos contagiar

e se não houver um antídoto imediato,

seremos contaminados e quem sabe poderemos morrer

desse vírus que nos invade letalmente : e se denomina : saudade!

Mas quando tudo estava programado,

eu que há muito permanecia adormecida, fui acordada

para o rompimento desse acordo, sem respeito,

o tempo resolveu alterar tudo,burlando todos os encantos,

vieram os deslizes e a minha razão foi afundando,

aflorando a insensatez, que mantive até então aprisionada,

mexeu no meu castelo de areia, empurrou-o com os dedos

até que todas as paredes desmoronaram

Poesia editada na 2ª Coletânea Teia dos Amigos

julho 2009

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 08/12/2009
Código do texto: T1966012
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