Vivendo apenas
Ando pelo mundo sem rumo, andando apenas...
Lembro-me de velhas tardes, velhos sorrisos,
Lembro-me do que é velho e passageiro...
Tudo era tão simples, calmo e tão traiçoeiro...
Meu presente vaga em momentos indecisos
Vou andando apenas nestas tardes serenas...
Ando por verdes campos, ando tão distante,
Ando ao longe de tudo e de todos por ruas
Novas... Velhas... Curtas... Vãs... Dóceis... Separadas...
A alma presa nas algemas das madrugadas
Árduas... Vazias... Nuas... E sempre cruas!...
Provando o torpor de uma alma livre e errante...
Que não se prende a nada nem a ninguém! Sempre voa
Sem nada explicar, sem remorso, sem dúvidas!...
Dono de si mesmo, do próprio abandono,
Por noites longínquas em que se perde o sono
No fastio das lembranças de paixões perdidas
Sua horrenda voz no dorido vento me ecoa!...