Balanço
Baloiçar foi meu prazer, e ao mais alto chegar
E balancei tantas vezes, nesses balancés improvisados
Uma corda, e uma pernada de uma árvore qualquer
E nessa alegria viver, nesse baloiçar divagar
Era como se tivesse asas e pelo espaço voar.
Entre toda a criançada era eu tão atrevida
Saltando do balançé em movimento ia na revoada da vida
Noutros balanços andei, que na vida experimentei
Sem cordas para me segurar, sem tabuinha para sentar,
Sem alegria para me divertir, sem rede para me salvar
A tempo saltei desses balanceios
vilmente armadilhados e tão bem disfarçados
para não me estatelar, nesses jogos agitados
Que não eram de brincar, mas os enredos da vida.
Que me impediam de chegar e os sonhos alcançar
E de balanceio em balanceio, rebentei cordas
que concertei, e de outras a tempo me esquivei
desviando-me de cinzas ainda quentes, de brasas ardentes
e de fogueiras alterosas,
e nesta vida continuo contrabalançando
Arriscando o equilíbrio, e acautelando perigos.
De tta
3~12~09