Dona de Mim
Deixo me levar pelas lembranças
Feito folha ao vento elas brincam
Nos meus pensamentos.
O tempo corre célere demais
Por vezes não me reconheço mais
Mas sou ainda a mesma menina
De anos atrás.
Ainda faço verso
E meus melhores amigos ainda são
Canetas, papéis e o vinho rubro como o sangue.
Estradas que se bifurcaram
Uns que não vejo mais
Alguns de que tenho tamanha saudade
Tantos outros,
Que tanto fez
Como tanto faz.
As ambições mudaram com as quedas que levei
Joelhos esfolados nunca me fizeram parar
Sou guerreira por natureza
Minha essência é de lutar e vencer.
Ainda choro lágrima ao vento
Faço drama com pouco texto
Mas esse contexto contraditório
De fogo e água
Faz me ser quem sou.
Andei por longos caminhos
Feri muitas vezes mãos e pés nos espinhos.
Mas nunca parei.
Ainda gosto de rosas vermelhas.
Tive que aprender a ser um pouco só
Mesmo temendo a solidão.
Meus defeitos com o tempo
Tornaram se grandes qualidades.
Vi grandes qualidades se tornarem defeitos.
Nesse vai e vem
Feito maresia que beija a beira da praia
Vou levando a vida como posso
Como sei.
Alguns dias de céu encoberto
Outros de sol a queimar a pele.
A única coisa que nunca deixei foi de amar.
Enlouquecidamente.
Apaixonadamente.
Por inteira
Corpo, alma e coração.
O amor sublime
O amor com suas dores
Com choro, riso e gozos.
Por amor cheguei até aqui
Foi por ele que tantas vezes me perdi
E descobri que o mal também podia
Fazer morada dentro de mim.
O amor me forjou
Fez-me quem eu sou
O amor fez-me dona de mim mesma!