Tempestade
Atravez da janela, os raios riscam o céu;
E a tempestade avança, fazendo da tarde, noite;
As árvores fustigadas pelo vento, na chuva parece que dançam;
Parecem ébrias, retorcem e gemem;
Os trovões estrondam, ribombam, fazendo a terra tremer.
E a água escorrendo, pela vidraça embassada;
Como lágrimas num rosto triste.
Aqui dentro tudo está quieto;
O tempo parou prá chuva passar;
Só a névoa fina e fria, que entra pelo vão das telhas;
E convida prá dormir e sonhar, em lençóis perfumados
Até a chuva passar!
E o chuá da chuva;
A me embalar!
Depois tudo se aquieta;
E acordo no silêncio, com o trinar de um passarinho;
E um raio de sol, que entra bem de mansinho;
Através da janela, para me avisar;
Que o tempo estiou, a chuva passou!
A tempestade se foi;
E o sol voltou!