Aprisionando minhas palavras
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Tenho procurado, deixar as palavras presas,
para que não sejam pronunciadas,
porque sei, que ao deixar que elas escapem
o vento as levarão para todos os cantos
onde se escondem os ecos
Há em mim, uma torrente de emoções,
arrastando tudo, que possa permanecer
ao meu redor, esta fúria toma a cada momento
maiores proporções, se fortalecendo a cada dia
amanhecendo o meu querer
Um desejo, anda corroendo minha razão,
incitando a esmorecer, baixar a guarda,
para que o proibido, levante seu mais pleno vôo
rumo à liberdade, que a aurora resolveu colorir
nos tons róseos que antecedem o sol
Os novos tempos vem com o ocaso
queimando os meus medos,
expondo as minhas deficiências, aflorando
a minha insegurança, quando ouso devassar
os meus mais íntimos sentimentos
Tantos segredos, exigem que eu me cale,
paralise os sentidos e apenas exale o aroma
que circula doce e volátil em volta do meu corpo,
e o cheiro de flor de lótus, que vai derramando
no ar mágico, as nuances desta minha paixão