Crepúsculo
É ao entardecer...
O sol quase oculto no horizonte,
raios ainda refletem
nas águas do rio.
É neste momento que,
no segundo andar, sentada na cadeira,
sem ninguém por perto,
o filme da rude vida, em reprise.
Sempre ao entardecer...
Lagoas e pântanos, povoados de
Jacarés e sucuris esfomeados.
Coaxar de sapos e rãs,
em orquestra delirante.
Mergulho bem fundo.
Submersa em meus pensamentos,
Espelho trincado, que reflete
Crianças correndo na várzea,
vacas, bois, cabras e cabritos
enfileirados, retornando.
Cigarras entoando uma sinfonia no palmeiral.
Olhos umedecem...
Fogo rápido, labaredas ligeiras,
lambem tudo.
Num triste adeus,
cinzas negras, ficam para trás.
Toda essa paisagem
é sempre ao entardecer...
Ao entardecer...
Juraci de Oliveira